vinda da Havan

Assembleia dos comerciários define hoje se aceita ou não a proposta de trabalhar em 10 feriados

Joyce Noronha

Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

Os santa-marienses estão mais perto de saber se o comércio local vai abrir em mais feriados, pois o Sindicato dos Comerciários realiza, em duas etapas, a assembleia que votará a proposta. O acordo já foi aprovado, com unanimidade, pelo Sindicato dos Lojistas (Sindilojas) na segunda-feira.

Ontem, o presidente do Sindicato dos Comerciários, Rogério Reis, foi de loja em loja pelo Centro, para convidar os funcionários a participarem da assembleia, hoje, às 19h, no Clube Comercial. Ele reforça que é importante a adesão, pois "o sindicato não decide nada, a categoria é quem decide, e quem estiver na assembleia é que terá voz".

A decisão final será na manhã desta quinta-feira, quando o sindicato realiza uma segunda etapa da assembleia, apenas para comerciários do Shopping Praça Nova. Um acordo foi fechado com os lojistas do centro comercial, pois o horário de funcionamento é mais extenso que o comércio de rua. Com essa fase de amanhã, mais pessoas da categoria serão ouvidas.

A proposta aprovada pelo Sindilojas, e que vai ser debatida pelos comerciários, dá liberdade de escolha aos lojistas para abrirem nos feriados que quiserem. Para os comerciários, a cada feriado trabalhado será dada uma bonificação de R$ 80 mais uma folga durante a semana.

SINDILOJAS E HAVAN
O presidente do Sindilojas, Ademir José da Costa, diz que caso os comerciários não aprovem a proposta, a categoria deve elaborar uma contraproposta, que será debatida em outra assembleia do Sindicato dos Lojistas. Ou a última opção seria encerrar os debates.

Por unanimidade, Sindilojas aprova abertura em 10 feriados em Santa Maria

Entretanto, Ademir está otimista que o Sindicato dos Comerciários vai aceitar o acordo, pois avalia que os benefícios são maiores para os funcionários do que para os lojistas. O diretor da Havan Nilton Hang afirmou ontem ao Diário que a empresa só vai confirmar ou não a construção da megaloja em Santa Maria depois de receber a resposta oficial por parte dos sindicatos.

TRABALHADORES ESTÃO DIVIDIDOS SOBRE PROPOSTA
"Não concordo, não acho bom. A gente tem família, a gente também tem nossa vida, nossos momentos de lazer, tem filhos e queremos ter oportunidade de ficar com eles. Nosso horário é bem puxado e, nos feriados, em que trabalhamos não deu movimento. Ainda se desse movimento que rendesse, que valesse a pena, mas não. Nosso tempo com a família também é precioso, para mim é."
Rosane Barcellos, 53 anos, vendedora da Sibrama

"Em relação à crise que o Brasil está vivendo, tu ter um trabalho já é uma coisa gratificante. O desemprego está difícil, as famílias estão se virando. Então, tu teres teu trabalho para manter as tuas coisas é uma grande vantagem. Para mim, é bom. Dando a oportunidade de crescimento profissional, para mim é de grande valia." 
Gustavo Ribeiro, 38, vendedor da Óptica Pérola

"Às vezes não compensa tanto abrir em feriados para nós. Entendo pelo lado das vendas, mas depende muito da data para a gente. Acho que é um caminho que temos que seguir, mas é uma questão de avaliar. Para quem tem equipe, para fazer um rodízio, com escalas. Assim é tranquilo, com rotatividade. A gente tem que ter o tempo de descanso. Se ficar sempre os mesmos funcionários, fica saturado." 
Raquel Lutes, 26, supervisora da Casa do Gaúcho

"Não tenho problemas quanto a isso. Até porque não tenho filho, moro com meus pais. Para mim, até é uma boa, porque vamos receber toda vez que trabalharmos. Para mim não teria problema algum em vir trabalhar em feriado, domingo, desde que eu receba. Se for aprovada essa proposta, para mim, é tranquilo." 
Kassandra Barcelos, 18, vendedora da Barriga Verde

"Acho que não é bom, porque temos a nossa vida lá fora. Acho que tirar folga outro dia não é a mesma coisa. Para a gente que tem filho pequeno não compensa. Se for assim, eu tiro folga durante a semana e meu marido está trabalhando. Acho que tem que preservar as folgas, são da família. Principalmente para quem tem filho pequeno e é mãe solteira, o que vão fazer? As creches vão abrir? Não sei se as creches estão de acordo." 
Gatione Freitas, 32, vendedora da Sibrama

"Olhando pelo nosso lado, o do comerciário, uma oportunidade de agregar às vendas e de aumentar a verba do mês, com o bônus. É algo muito pessoal se gosta ou não desta proposta, mas não vejo a ideia de abrir em feriados como algo ruim. Porque a crise financeira está aí. Se formos analisar, um bônus de R$ 80, se forem dois feriados no mês, são R$ 160. Sempre tem aquele que vai achar uma miséria, mas também tem aquele não acha. É só uma questão de se ajustar, com a família, com a rotina. Porque quem quer trabalhar, se ajusta." 
Lucila Bitencourt, 51, vendedora da Óptica Pérola

"Não acho favorável. O pessoal tem tempo para comprar no horário do comércio atual, durante a semana, não vai ser no feriado que vão vir para o Centro comprar. E agora também tem bastante shopping e as famílias optam em ir para estes lugares que têm opções. Mesmo que colocassem atrações no Centro, acredito que o pessoal viria para passear, não para comprar."
Marione Pires, 47, vendedora da Sibrama

"Me afetaria bastante, porque eu já trabalhei em shopping e sei como faz falta um domingo ou um feriado de folga. Já tive essa experiência e, independentemente de valor ou de folgas durante a semana, nada compensa a presença com a família e os amigos. Nada compensa tu poderes ir em um aniversário ou outro evento. Já vivenciei essa rotina de trabalho e perdi várias coisas por isso." 
Natiele Machado, 20, vendedora da Casa do Gaúcho

"Não acho bom. Quando eu trabalhava em mercado e abria em feriados, não tinha movimento. As pessoas viajam em feriados, não ficam aqui, e acaba que não tem movimento. Olha que mercado é considerado até mais importante pelos consumidores do que o comércio em feriado. A gente fica aqui para nada. Também não sei se seria bom para a empresa abrir em feriados, porque acho que vai ser gasto extra." 
Karine da Silva Schereiber, 24, vendedora da Barriga Verde

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